quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DEZ CONDUTAS MAÇÔNICAS

"Dez condutas maçônicas que, certamente, contribuem positivamente e protegem a nossa ordem das ações e das influências dos infiltrados.

1) Sirva à instituição e não à pessoas;

2) Quando for divergir, seja de idéias, propostas e condutas, mantenha-se imparcial e com honestidade, deixando de lado simpatias ou antipatias pessoais;

3) Chame sempre para você a responsabilidade de proteger e defender a instituição, não esquecendo que os nossos maiores inimigos, infelizmente, vestem avental;

4) Não se venda por medalhas, títulos, cargos, alfaias e elogios;

5) Quando for indicar um candidato, não seja um corretor de avental;

6) Seja parceiro fiel e leal da verdade e da justiça, assumindo a inteira responsabilidade do que falar, escrever ou fazer;

7) Nunca se esqueça que os exemplos falam mais do que palavras e que os Aprendizes, Companheiros e Mestres mais novos precisam de referências;

8) Não seja Maçom oportunista ou inconsequente, pois baixaria, truculência e contestação infundada e mentirosa não são compatíveis com as nossas virtudes e princípios, maculando os Templos Maçônicos;

9) Não olhe para um Irmão como se fosse seu superior hierárquico, porém respeite as autoridades maçônicas legalmente constituídas, bem como, se for necessário, exija delas, usando os caminhos e meios legais maçônicos, que desempenhem os seus cargos com dignidade, probidade, humildade e competência, pois não estarão fazendo mais do que sua obrigação;

10) Seja um obreiro útil, humilde, dedicado, competente, de atitude e instruído nos augustos mistérios da Arte Real, pois, caso contrário, poderá ser manipulado e inconscientemente prestar serviços para aqueles pseudo maçons que representam a anti-maçonaria.

Conclusão Por entender que a conclusão tem caráter pessoal, convido os Irmãos leitores para que sejam co-autores deste artigo, pois, na Maçonaria, entre outras coisas, vim submeter minha vontade.

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VI
Rio de Janeiro - RJ - Brasil

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A BELEZA DE NOSSA LOJA!


Ir. Valdemar Sansão - MI São Paulo SP.

O bom Venerável não pensa em reeleição. Prepara uma Loja melhor para seu substituto! A beleza de nossa Loja não é dizer que tem um Deus que zela por ela, é sim dizer que ela tem um grande Deus. A beleza de nossa Loja não está só em nós, seus obreiros, trabalharmos para a construção da Sociedade Humana, mas se quisermos realmente mudar o mundo, comecemos por mudar uma pequena parcela dele: esta parcela que chamamos de “Eu”, ou seja, começar por nós mesmos. E ainda que a nossa pretensão não seja essa, mas tão somente a de manter a paz e a serenidade em nossos corações, o caminho é o mesmo: procurar tais recursos dentro de nós. Se pensássemos menos em disputas e mais em compartilhar, viveríamos em um mundo bem melhor, construído por nós mesmos. Nós não precisamos de muita coisa, só precisamos uns dos outros, pois somos a soma das nossas decisões. Consideremos o que nos ensinou Charles Chaplin: “cuidado com as palavras pronunciadas em discussões e brigas, que revelem sentimentos e pensamentos que na realidade você não sente e não pensa… Pois minutos depois, quando a raiva passar, você delas não se lembrará mais… Porém, aquele a quem tais palavras foram dirigidas, jamais as esquecerá” As palavras nunca ofendem, o que ofende é o tom com que elas são ditas. As pessoas esquecerão do que foi dito, esquecerão do que foi feito, mas nunca esquecerão do que sentiram. Sejam quais forem as suas raivas contra um Irmão, ao invés de esmerar-se em criticá-lo, farejando defeitos, apedrejando-o, rasgando sua reputação, continue a vê-lo e amá-lo. Aprendamos com as cordas do violão, que são independentes, mas cada uma fazendo a sua parte, juntas constroem as mais belas melodias. Os Irmãos se completam não por serem metades, mas por serem pessoas inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida! Por isso nunca nos dispersemos. A beleza de nossa Loja está na maturidade de cada Irmão falar “eu errei”. E ter a ousadia para dizer: “perdoe-me”. E ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. E ter a capacidade de dizer: “eu o amo meu Irmão”. A beleza de nossa Loja não está na fachada de seu templo, nem no esplendor de seu interior, nem em sua ornamentação, ou na grandeza de sua Sala dos PP\PP\, nem mesmo em seu espaçoso Átrio. A beleza de nossa Loja não está no seu quadro de obreiros cultos, pois nem sempre um homem culto é um homem sábio. Cultura são conhecimentos adquiridos. Sabedoria são as experiências vividas. Mesmo poucos ou muitos, ricos, grandes ou sábios, o importante é que sejamos honrados, estejamos sempre unidos, um ao lado do outro, apesar das diferenças, os obstáculos sempre foram transpostos, tanto nos momentos de dificuldade como nos momentos de esforço maior. A beleza de nossa Loja se realiza quando os Irmãos mais idosos, mesmo não tendo mais a força da juventude, oferecem sua simpatia à dor e seus ombros para apoiar a cabeça de um Irmão quando ele chora. Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento da vida. Com os anos não se fica mais culto ou mais sábio: fica-se mais simples. E na simplicidade são obtidas sínteses significantes da visão do mundo. A sabedoria não está no que pensamos saber e sim naquilo que ainda não sabemos. Existirá sempre algo para aprendermos. Somos Aprendizes, alunos em formação. A beleza de nossa Loja não está em não poder realizar grandes coisas, está apenas em fazer dia a dia, pequenas coisas com um grande amor, gestos de compreensão, solidariedade, respeito, ternura, fraternidade, benevolência, indulgência e perdão. Cada Irmão põe quanto é no mínimo que faz, porque assim a Loja brilha acima de cada um. O todo é maior que a soma das partes. A maior beleza do Aprendiz de nossa Loja, não está só nas Instruções do Ritual que os tornam infinitamente melhores, mas no caminho que percorre e nos momentos que compartilha com os verdadeiros Irmãos, nos ingredientes que vão além da amizade, na confiança, na alegria de “estar junto”, no respeito, na admiração, na tranquilidade. Para que o desabrochar da dignidade de cada um possa tornar-se uma realidade viva e completa, “antes de jurar silêncio sobre tudo quanto se passou”, se houver alguma coisa para enterrar (esquecer) sejam as palavras ásperas que disse, os gestos solidários que não fez, os preconceitos que externou, porque, ao julgar os outros, colocamos em nossas críticas o amargor de nossos próprios fracassos. Em nossas necessidades, sempre seguimos as três abençoadas regras: “Corrigir em nós o que nos desagrada nos outros; Amparar-nos mutuamente; Amar-nos uns aos outros. Agradeço a Deus, ter me concedido a alegria de ao ter deixado meu veneralato e ter sido promovido a obreiro comum, falar mais uma vez dos laços que nos unem, porque não é sem razão que nos encontramos, nos reunimos e irmanados no mesmo trabalho e ideal, fundamos nossa Loja. E como um círculo, não tem começo e fim. Reitero, aqui, meu agradecimento comovido e sincero a todos. Vale a pena trabalhar para um fim, quando não se está só. E quando lá fora o mundo se prepara para as lutas mais dolorosas e mais rudes devemos agradecer ao Grande Arquiteto do Universo a felicidade de nos conservarmos em paz em nossa Oficina, sob a égide do Seu divino amor. Permita-nos SENHOR continuarmos por Vós guiados e abençoados, conservando a tranqüilidade sagrada em nossos lares e corações e que também cubra de bênçãos, de vida abundante, feliz, repleta de Luz, Beleza, Bondade e Amor, toda a Humanidade. Assim, esperamos em Sua infinita misericórdia, criar um mundo sem exploração do homem pelo homem, sem as contundentes diferenças de classes sociais e de compreensão, bondade, paz, harmonia, belezas e de amor com que tanto sonhamos.
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VII
Rio de Janeiro - RJ - Brasil

terça-feira, 14 de agosto de 2012

MAÇONARIA: A ESCOLHA DO VENERÁVEL MESTRE


 Escrito por Jeronimo Borges

O que caracteriza um estudo sério é a continuidade com que é encaminhado. O estudo de Maçonaria, é todo um novo mundo que se descortina diante de nossos olhos, subitamente nos lança numa ordem de coisas novas e grandiosas, só pode ser feito de maneira proveitosa por homens perseverantes, isentos de idéias preconcebidas e impulsionados por um firme e sincero propósito de alcançar um resultado sério, onde reine uma perfeita comunhão de pensamentos ao amor ao Grande Arquiteto do Universo (Deus) e de sentimentos voltados à prática do bem. Mas ela faz mais: mostra os efeitos inevitáveis do mal e, por conseqüência, a necessidade do bem. Se desejarmos coisas sérias, sejamos nós mesmos sérios. Eleições - Entendemos que a Maçonaria tem por norma a prática da democracia que outra coisa não é senão o consenso da maioria. Votar é, ao mesmo tempo, um direito e um dever do Maçom: votar nos que pretendem ser os seus dirigentes; votar na idéia que eles representam, e não em suas figuras pessoais; votar na coerência pelo que achamos certo, votar nos que pretendem bem representar a Loja. Só através do voto é que pode o Obreiro, escolher o melhor caminho de sua Loja e de dar aos preparados a incumbência de dirigi-la. Os cargos eletivos na Grande Loja e nas Lojas serão preenchidos por eleição em escrutínio secreto, no grau de Mestre, em uma única Sessão, não podendo ser adiada, suspensa ou prorrogada, a não ser por ausência da metade ou mais dos eleitos constantes na lista de votantes. No caso de adiamento, suspensão ou prorrogação, a votação deverá ocorrer dentro dos próximos oito dias, atendendo o mesmo “quorum”. O direito de voto será exercido pessoalmente. É requisito para votar e ser votado ter 50% (cinquenta por cento) de frequência em sua Loja, nos 12 (doze) meses que antecederem a eleição, excluídas as duas últimas Sessões, estar em pleno gozo de direitos e prerrogativas. É vedado concorrer a mais de um cargo administrativo na mesma chapa.Para o cargo de Venerável Mestre, ou de Vigilantes, exige-se ser mestre ativo da própria Loja há mais de 3 (três) anos, contados a partir da data do placet de exaltação ou de filiação, até a data designada para a eleição; ter 75% (setenta e cinco por cento) de frequência nos 12 (doze) meses que antecederem a eleição, excluídas as duas últimas Sessões e estar em pleno gozo de direitos e prerrogativas. Para os demais cargos, 50% (cinquenta por cento) de frequência, sob as mesmas condições. Constitui requisito de elegibilidade para os cargos de Venerável, Vigilantes, Orador e Tesoureiro, ser Mestre ativo na própria Loja há mais de (três) anos, contados a partir da data do placet de exaltação ou de filiação, até a data designada para a eleição. A Loja que possui o Quadro de Ex-Veneráveis, esse Colégio indicará os futuros candidatos.Na eleição somente votam os Mestres, e a votação é majoritária e realizada por escrutínio secreto, elaborada uma chapa prévia que é submetida à Loja; podem concorrer quantas chapas forem organizadas, mas via de regra, apresentam-se apenas duas, sendo uma da situação, ou seja, indicada pelo Colégio dos ExVeneráveis e outra da oposição, elaborada por um grupo de Mestres. (Louvado na CONSTITUIÇÃO E REGULAMENTO GERAL DA GLESP). O Venerável Mestre – Muitos Irmãos intimamente aspiram ao cargo de Venerável Mestre e, na sua grande maioria, inconscientes das responsabilidades que o mesmo envolve. Repassamos alguns lembretes indispensáveis ao bom desempenho das funções. O Venerável Mestre é a primeira Luz, o primeiro Oficial e o Presidente da Loja. Ele não tem qualquer poder, ele é o resultado da vontade dos Irmãos. O Venerável, embora sendo o resultado da vontade dos demais Irmãos, é o responsável pela atividade ou inatividade; pelo brilho ou mediocridade; pela participação ou inércia; pela cooperação ou indiferença; pela união ou desunião; pela igualdade ou complexos; pelo entusiasmo ou falta de interesse; pela humildade ou prepotência dos Irmãos, pelo ambiente de harmonia ou choque, enfim, pelo êxito ou fracasso de sua Loja. Para alcançar tais objetivos, o Venerável Mestre deve compenetrar-se pela própria relevância do cargo, que a dignidade, a decência e a lisura moral constituem predicados, inapelavelmente exigidos para uma gestão tranquila e produtiva. O Venerável Mestre deve ser o orientador, pois, Faz-se necessário que o Venerável Mestre tenha exercido alguns cargos precedentes, como o de Orador, de Vigilantes ou de Secretário, adquirindo, assim, passo a passo, a experiência suficiente para desempenhar sua gestão. A escolha para Venerável é relevante que caia em Irmão esclarecido, conhecedor da Arte Real e que tenha franquia entre os Irmãos, pessoa estimada e que seja, ao mesmo tempo, propenso a ser um líder. Requisitos - Os requisitos essenciais para o seu bom desempenho são múltiplos. Consoante a tradição o Venerável Mestre deve cumprir os seguintes deveres: 1º.) Sentir-se Maçom, de preferência a qualquer outra formação doutrinária; 2º.) Pregar a Verdade, atuar com equidade, ser discreto, justo, e pensar com retidão; 3º.) Deve participar, ser entusiasmado e incentivador, e por esses exemplos envolver os demais Irmãos para que não pensem que só os administradores têm obrigações de trabalhar; 4º.) Ser disciplinado, tolerante e apaziguador, ético e digno, pois, caso contrário, não poderá exigir essas virtudes de seus Irmãos; 5º.) Não ser invejoso, dominado por paixão, rancoroso e intrigante; 6º.) Ser estudioso e meticuloso; 7º.) Ser planejador, pois, se uma boa programação não for bem elaborada, os Irmãos de sua Loja tornar-se-ão indiferentes, dispostos a criticar e nunca apresentar soluções; 8º.) Ser humilde e inteligente; 9º.) Nas eleições ter o comportamento de Magistrado; 10º.) Não pleitear cargos ou posições dos Escalões Superiores; 11º.) Obedecer os Landmarks, cumprir e fazer cumprir os Estatutos, Regulamentos e Constituições, a Legislação da Grande Loja (GLESP), a Ritualística adotada pela Loja. 12º.) Zelar pela observância dos bons princípios, perfeita harmonia e Fraternidade. 13º.) Reunir o que está disperso. Conclusão - Todos são chamados a atuarem corajosos e sinceramente, dando de si próprios o melhor. Os fracos, os licenciosos, os levianos, nada poderão fazer de útil e verdadeiro; o maçom nasceu para fazer o bem e lutar contra o mal, para isso lhe foi dada a grandeza da alma, objetivando uma expressão mais alta da vida. Durante muito tempo, os homens se distanciaram uns dos outros e a Maçonaria é o laço que um dia unirá os homens, porque lhes mostrará onde está a verdade e onde está o erro. Mas muitos ainda assim, a negarão. Julgue-a por suas obras e seus princípios. A Maçonaria nunca instigou ao mal; nunca aconselhou nem legitimou o erro e a violência, tampouco a avidez de bens terrenos. Somente os que são humildes, bons, humanitários e são seus preferidos, pois trilham o caminho que esta lhes mostrou para chegar até ela. No seu aspecto científico e filosófico, a Maçonaria será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos de natureza intelectual, que visam ao aperfeiçoamento da humanidade. Todavia, estabelece a renovação definitiva do homem, para a grandeza de seu imenso futuro, começando pela ESCOLHA DO VENERÁVEL MESTRE. “Todas as máximas já foram escritas, falta apenas aplicá-as” (Pascal)

Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VII
Rio de Janeiro – RJ – Brasil

FORMAÇÃO DE VENERÁVEIS MESTRES:


Os Veneráveis Mestres constituem um corpo especial de dirigentes responsáveis pelas Oficinas maçônicas – são, na expressão mais sagrada do termo, autênticos “ guias da Fraternidade” e como tais precisam estar altamente preparados para exercer com competência e dignidade essa sagrada função. Na qualidade de líder, o venerável deveria dominar (ou pelo ser instruído) alguns aspectos do saber humano. Condutores de homens precisam compreender o comportamento humano (Psicologia), raciocinar corretamente (Lógica), expressar-se bem e com eloqüência (Retórica) e como vivem num contexto social é imprescindível compreender os fatos sociais (Sociologia). O domínio mesmo que relativo desses ramos do saber, constituirá numa ajuda considerável para a devida formação de construtores sociais. Além disso, ele precisará possuir uma compreensão profunda da Tradição Maçônica em seus múltiplos aspectos. Não podemos nos iludir quanto à elaboração de um curriculum de altíssimo nível para a formação de dirigentes maçônicos (formadores de opinião, construtores sociais, estadistas e condutores anônimos da sociedade). Reunir mestres maçons para ensinar o obvio sobre a maçonaria, como segurar no malhete, como preencher propostas e outras coisas dessa natureza é uma insensatez. Não podemos nos esquecer que a maçonaria é inspirada e movida pelo Arquétipo da Sabedoria e que os maiores estadistas, chefes revolucionários e grandes lideres mundiais foram preparados nos Templos da Ordem. Lembremo-nos que o pragmatismo do mundo moderno não permite mais a perda de tempo com questões simplórias e triviais. Muito pelo contrário, ele exige que mergulhemos no coração do conhecimento.


Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO VI
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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

EX-VENERÁVEL DONO DA LOJA


* Irmão Hercule Spoladore

É uma situação que ocorre com frequência na Maçonaria brasileira e quiçá na mundial. O que vem a ser esta situação? Simplesmente, conforme o titulo do trabalho já sugere, é um Irmão que exerceu sua gestão como venerável de uma loja e que seu desempenho pode ter sido muito bom ou muito mau, mas seu mandato se esgotou, e ele esquecendo que já passou o seu momento como principal gestor da loja e que deveria ficar quieto no seu canto, insiste em se intrometer nos trabalhos da nova liderança que democraticamente surgiu na sua loja através do voto. Apegado ao poder, chega aos limites da hipocrisia que como se sabe é o ato de fingir qualidades, ideias ou sentimentos que em realidade ele não tem e isso às vezes se torna uma verdade para ele ainda que falsa, um verdadeiro sofisma, e ele acreditando ser o que sabe tudo, que sabe mais que os outros, em fim é o dono da verdade. Ele não sabe se conter, não consegue ficar sem dar palpites, ou dar ordens ao novo venerável, ou criticar o novo líder, não somando as suas forças com as da nova gestão, pelo contrário, atrapalhando-a. Se o novo venerável não for um líder pragmático, pulso forte, que não saiba se impor, ficará a mercê do antecessor, não podendo exercer a sua gestão a contento como planejou. Todavia, numa loja democrática, não faltarão Irmãos que com coerência e bom senso, tomarão partido do novo líder e os mais habilidosos, chegam ao ex e com muito jeito, com parcimônia tentam faze-lo compreender a nova situação, o que às vezes não conseguem havendo até em certos casos uma cisão na loja. Muitas novas lojas foram fundadas por ex-veneráveis que não souberam respeitar a nova liderança. Este é um fato inconteste. Este apego ao poder é algo que o ex-venerável às vezes não pode se controlar, porque ele não estava preparado quando exerceu seu mandato para um dia deixa-lo como soe acontecer nos regimes democráticos e uma loja maçônica não tem dono justamente por ser uma democracia. Ele se achou venerável, e não entendeu que apenas estava venerável. Acha que continua venerável. Este tema abre um leque mais profundo em relação a analise do poder nas lojas e como ele é manipulado. Este tipo de dono da loja não é o pior entrave para uma loja. O pior ex-venerável é aquele tipo de irmão matreiro, político, de fala mansa, que sorri para todo mundo, abraça a todos três vezes e que se derrete em falsos elogios aos Irmãos do quadro e procede assim porque é uma das suas estratégias para se manter no poder eternamente. Ele se vale de bonecos ou títeres para cobrir uma gestão que por imposições das constituições das potências ele não pode se reeleger mais de uma ou duas vezes. Em seguida ele volta gloriosamente na próxima. Mas durante a gestão de seu preposto, quem dirigirá a loja de fato, será ele. Não de direito, mas de fato. Ele tomará todas as decisões e o venerável de plantão cumprirá rigorosamente o que o seu chefe determinar. Geralmente ele tem o seu grupo, formado por comparsas que são coniventes que antecipadamente já decidiu quem será o venerável para os próximos seis ou oito anos, mas sempre ele voltando após as gestões de seus substitutos arranjados ou então apenas preferirá ser o chefe por trás, nos bastidores, mandando em tudo e por muito tempo. No fundo a sede de poder, nada mais que uma autoafirmação, insegurança, incapacidade de ser transparente com seus semelhantes e com o meio em que vive vaidoso mentiroso geralmente tendo uma visão unilateral dos processos de interação entres os Irmãos, tornando sua personalidade a de um verdadeiro psicopata social. Não sabe mais discernir os seus limites. Não tem sentimentos. Chega a ser uma doença um desvio de personalidade, e de comportamento. Isto não é bazofia ou piada. Isto realmente acontece na Maçonaria brasileira num índice maior do que se pode imaginar, mas não como rotina. Infelizmente esta situação vem ocorrendo e muitos irmãos fingem não vê-la ou sentila, porque os membros das lojas com exceção de verdadeiros maçons agem passivamente como cordeiros, esquecendo que uma loja aberta em sessão é uma tribuna livre onde ideias são criadas, sonhos são idealizados que podem mover o mundo, um verdadeiro laboratório social que pode mudar tudo para melhor e por isso todos os problemas devem ser discutidos e todos devem participar. Uma situação esdrúxula aconteceu em uma loja que será omitido o nome da cidade, onde isso ocorreu. Um Irmão destes tipos de donos da sua loja, fez a sua loja votar o título de “venerável perpétuo” para ele. Até aí, nada de mais, a loja votou, está votado. Mas ele exigia que a loja só abrisse os trabalhos em suas sessões normais quando ele estivesse presente. E ele atrasava sempre cerca cinco a dez minutos. E aí a sessão começava. Isso é o cúmulo da hipocrisia, tanto deste sociopata ex-venerável como da loja que aceitava tal situação. Pasmem! Parece uma estória inventada, mas não é. Isto é verídico! Mas é bom que se frise que a maioria dos ex-veneráveis não se enquadram nesta descrição. Existem ainda muitos bons maçons na Ordem. Felizmente a maioria. São. Irmãos excelentes, preparados, humildes, sabem qual é o seu lugar dentro de uma loja, bons conselheiros, conhecem o peso de um malhete, porque já o manejaram quando foram veneráveis. Aprenderam mais ouvir que falar. A Maçonaria valoriza a Dialética, que é a arte do dialogo, ou a discussão, como força de argumentação permite que se contrariem ideias, que elas sejam discutidas em todos os sentidos e que dessa situação nasça um idéia concreta, inteligente e perfeita, uma verdadeira síntese de tudo o que foi tratado, desde que venha em favor da Ordem e da humanidade. Ela prega a igualdade e a liberdade de pensamento entre seus adeptos. Esta situação de dono de loja é uma das causas maiores do afastamento de muitos honrados irmãos da Ordem. Se um irmão, sem medo, com coragem falar em nome da democracia e dos verdadeiros princípios da Ordem, e isto ferir os desígnios destes déspotas, este será marcado, perseguido e descriminado. Considerando-se que temos cerca de seis ou sete mil lojas no Brasil, imagine-se o número de Irmãos que agem desta forma, considerando-se que a natureza humana é complexa e estranha, que muitos homens possuem a síndrome do poder em função de seu DNA animalesco onde um quer ser o dominante sobre o outro, ou sobre os outros. Geralmente estas pessoas são inseguras, não são felizes, não estão de bem com a vida e esta forma de querer exercer um suposto poder sobre os outros é sua maneira de tentar equilibrar seus próprios defeitos. A síndrome do poder também chamada de síndrome do pequeno poder é uma atitude de autoritarismo por parte de um individuo que recebeu um poder e tenta usa-lo de forma absoluta e imperativa sem se preocupar com os problemas dicotomizados que possam vir a ocasionar. A síndrome do pequeno poder pode se tornar uma patologia, quando se torna crônica. Existem aqueles Irmãos que mesmo longe do poder pensam que o possui. Quando a realidade lhe é mostrada, entram em depressão. Mas a Maçonaria prega justamente o contrário. Ela é democrática. Quando se fala em vencer as paixões significa que o maçom deve fazer prevalecer em seu consciente racional sobre as programações erradas de seu subconsciente, ou seja, sobre a parte ruim que o ser humano tem dentro de si. Segundo São Francisco de Assis, é o “burro” ou a “besta” que o ser humano carrega dentro de sua consciência. Uma das condições mais exigidas pelos princípios maçônicos é justamente você fazer prevalecer seu lado bom, vencendo o seu lado mau. A condição para um irmão ser venerável em primeiro lugar é que ele tenha merecimentos pessoais e que tenha um conhecimento profundo da ciência maçônica em todos os seus segmentos, tais como história da Ordem, ritualística, simbologia, administração, legislação e justiça sendo tudo isso associado à sua capacidade de liderança. Evidentemente a Maçonaria terá que renovar seus líderes, para que novas ideias, novos postulados, novos rumos e até novos paradigmas sejam estudados, adotados e postos em ação. Todavia correrá o famoso risco: VOCÊ QUER CONHECER UM MAÇOM? DÊ-LHE PODER. Por fim, enfatiza-se que este trabalho foi escrito para uma minoria de Irmãos, que são gananciosos do poder. Ressalve-se aqueles Irmãos ex-veneráveis pessoas intocáveis que não se enquadram neste contexto. Felizmente, a maioria. Estes são os sustentáculos da Ordem. * Hercule Spoladore -Loja de Pesquisas Maçônica.

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MAÇONS IMPRODUTIVOS


 
Em nosso pouco tempo de maçonaria temos visto que não há fórmulas para gerir uma Loja ou a si próprio. O que funciona para algumas oficinas gera verdadeiro fracasso em outras. O que vale para motivar o irmão “X” é capaz de desmotivar o irmão “Y”. Então como fazer para que sua Loja e você mesmo se desenvolva? Apesar da inexistência de equações mágicas, a criatividade do Venerável e a qualificação dos obreiros ainda parecem ser poderosas ferramentas para o desenvolvimento da instituição maçônica. É preciso motivar o maçom a fazer parte da maçonaria, pois estar nela é fácil, basta ser iniciado. Comprometer-se com ela é que é o calcanhar de Aquiles. Também é necessário qualificá-lo para que ele possa compreender seu verdadeiro papel como integrante da Arte Real e assim se tornar um maçom produtivo e apto ao trabalho de construção do Templo. O que estamos tentando dizer é que preciso unir o binômio saber fazer e querer fazer. Nesse contexto, a Loja maçônica deixa de ser mais que uma peça no gigantesco tabuleiro da maçonaria e passa a ser um conjunto de maçons, uma coleção de potências individuais e produtivas que tornam a oficina num verdadeiro santuário do Grande Arquiteto do Universo onde todos têm como objetivo o bem estar da humanidade. Para alcançar esse nível de excelência, é necessário sacrifícios, reaprender a trabalhar em equipe, deixar de ser vagão e transformar-se em locomotiva, sair de cima do piano e ajudar a carregá-lo. Talvez isso seja utopia, mas se não ousarmos sair da realidade crua para sonharmos com um maçom melhor, com uma instituição melhor e com um mundo melhor, então é porque já morremos e não nos enterraram. É hora de ousar, mudar (com responsabilidade) os métodos que nos ensinaram até aqui. Isso requer visão, ambição, autonomia e iniciativa. O maçom que não tem ou que perde essas capacidades é como o sal insípido, para nada mais serve a não ser para fazer número. Queridos Irmãos, maçom não é um número para estatística da Loja. Pedreiros é o que somos. É necessário relembrar esse detalhe para que possamos ter em mente que o trabalho do maçom é na pedra, batendo, cinzelando, carregando, criando calo nas mãos, sujando a roupa, suando para, ao final do dia, receber seu justo salário por haver contribuído na construção do grande templo interior, e no aperfeiçoamento da humanidade. Pense e faça! para que, em passando pelos corredores ou na própria Loja os aprendizes, companheiros ou mestres não venham a dizer: Maçom improdutivo! ARLS MARCUS ANTONIO BARROS CORDEIRO Nº 127 ♦ GLOMEC - Fortaleza

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